Laudo do Instituto de Criminalística é essencial para confirmar drogas e embasar prisões em São Paulo

As análises realizadas pelo Núcleo de Exames de drogas do Instituto de Criminalística da Polícia Científica de São Paulo são peças fundamentais no combate ao tráfico de drogas no estado. Nenhuma substância apreendida pelas forças de segurança pode ser oficialmente reconhecida como entorpecente sem um laudo técnico pericial que comprove sua composição.

O procedimento começa com a separação e pesagem do material apreendido, sem considerar as embalagens. A partir daí, as drogas passam por métodos científicos que identificam substâncias como maconha (via presença de THC), cocaína, ecstasy, drogas sintéticas e até o chamado “K”. Um dos métodos mais usados é a cromatografia em camada delgada, que transforma a droga em líquido e provoca uma reação química com agentes reveladores, determinando a presença e a quantidade de substâncias ilícitas. Esse processo pode durar cerca de 20 minutos.

Tecnologias avançadas também são empregadas, como o cromatógrafo gasoso com espectrômetro de massas e leitores a laser, capazes de analisar até substâncias em estado sólido e apontar a composição química com precisão. Essas máquinas produzem gráficos que identificam com exatidão os compostos encontrados na amostra.

“Sem laudo, não há crime relacionado a drogas, há apenas uma suspeita. O material só é considerado droga a partir do laudo pericial identificando uma substância proibida”, explicou a perita Camila Delanesi Guedes, diretora do Núcleo de Exames de Entorpecentes.

Esse trabalho técnico não apenas fundamenta os processos judiciais, mas também garante a legalidade das prisões e a proteção dos direitos dos envolvidos, além de impedir condenações sem prova científica da materialidade do delito. No primeiro trimestre deste ano, cerca de 9,7 toneladas de drogas foram analisadas e aproximadamente 4.200 laudos emitidos.

Depois da conclusão dos exames, o material é encaminhado à Polícia Civil, responsável pelos trâmites legais que levam à incineração das drogas em fornos industriais, encerrando o ciclo de análise e destruição das substâncias ilícitas.

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Sobre o autor:

Lucas Pereira
CEO do Policial Padrão, graduado em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda (UNISAL 2010-2014), Superior em Técnico de Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública (PMESP 2014-2015).