Na tarde desta sexta-feira (13), a Guarda Civil Municipal (GCM) de Santa Bárbara d’Oeste (SP) recebeu um novo reforço com a incorporação de uma viatura Toyota Hilux SW4 à frota da corporação. A entrega foi realizada pelo prefeito Rafael Piovezan, que destacou o investimento como parte de um amplo plano de segurança pública. Com este novo veículo, a cidade soma 11 novas viaturas em operação apenas em 2025, totalizando 25 desde o início da atual gestão, em 2021.
O investimento também abrange armamentos, equipamentos, ampliação do sistema de videomonitoramento e a contratação de 61 novos guardas municipais. Santa Bárbara agora conta com a chamada “Muralha Digital”, composta por 258 câmeras – sendo 28 do tipo OCR, capazes de identificar placas de veículos e emitir alertas automáticos para a central da GCM.
Com essas medidas, a cidade atingiu, segundo a administração municipal, os melhores índices de segurança pública dos últimos 24 anos. Dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado apontam que o primeiro trimestre de 2025 registrou o menor número de roubos desde 2001: foram 35 casos, contra 37 no mesmo período de 2024. Também houve queda nos roubos de veículos e, pelo segundo ano consecutivo, nenhum homicídio foi registrado nos três primeiros meses do ano.
No entanto, apesar dos avanços em infraestrutura e tecnologia, a cidade enfrenta dificuldades quando o tema é o combate ao tráfico de drogas, especialmente nas proximidades de escolas. Somente neste mês de junho, foram registradas diversas apreensões de drogas pela GCM em bairros residenciais, muitas vezes próximos a unidades escolares, com destaque para casos em que nenhum responsável foi identificado ou detido.
No último domingo (15), por exemplo, um adolescente foi apreendido com 15 porções de cocaína e R$ 170 em dinheiro na Rua Ângelo Sans, próximo à escola EMEFEI Profª Vilma Maluf Mantovani, no bairro Santa Rita. Apesar da ação rápida da GCM, o menor foi liberado após o registro de ato infracional, e nenhum traficante responsável foi identificado. A situação evidencia uma lacuna entre os investimentos em segurança e a efetiva repressão ao tráfico nas comunidades.
O episódio não foi isolado. Ao longo de junho, outras ocorrências semelhantes foram registradas em Santa Bárbara d’Oeste, com apreensões de entorpecentes em via pública, mas sem prisões de adultos envolvidos na cadeia do tráfico. A reincidência de menores de idade atuando como transportadores ou “aviõezinhos” nas redondezas de escolas reforça a necessidade de ações mais estratégicas e articuladas no combate ao tráfico.
Apesar dos investimentos anunciados, o cenário revela um desafio para o poder público: fortalecer a repressão ao tráfico de drogas de forma mais eficaz, especialmente na proteção de áreas escolares, que deveriam ser redutos de segurança para crianças e adolescentes. O tráfico, muitas vezes, está na origem de outros crimes, realidade que o prefeito tenta mascarar com índices relacionados apenas a crimes classificados por ele como graves, desconsiderando o impacto das drogas como fator que alimenta delitos de grande vulto.