Na tarde desta quinta-feira (26), a Polícia Militar (PM) descobriu um túnel de aproximadamente 45 metros de extensão que levava diretamente ao cofre de uma agência da Caixa Econômica Federal, no município de Sumaré interior do Estado de São Paulo.
Segundo informações iniciais do portal CNN, a estrutura subterrânea foi escavada de forma minuciosa e possivelmente construída por uma organização criminosa especializada em furtos a instituições financeiras. A escavação já havia alcançado o concreto do cofre da agência, indicando que a ação criminosa estava prestes a ser executada nos próximos dias.
Equipes da PM isolaram a área e seguem atuando no local. A ocorrência ainda está em andamento, e a investigação deve ser conduzida pela Polícia Federal devido a competência do banco ser da união, com registro previsto na sede da corporação em Campinas (SP).
Até o momento, não há informações sobre prisões. As autoridades acreditam que o plano envolvia logística complexa e participação de diversos envolvidos, dada a sofisticação do túnel. Último banco roubado desta forma e magnitude foi do banco central há 19 anos atrás – agosto de 2005 que se tornou até série documentada em aplicativos “Assalto ao Banco Central” – um caso desse no interior preocupa as autoridades, que relembram o roubo de 164 milhões do banco central.
A Polícia Federal deve assumir as investigações para identificar os responsáveis e apurar se há relação com outros casos semelhantes já registrados no estado.
Relembre o caso

Na madrugada de 5 para 6 de agosto de 2005, uma quadrilha conseguiu acessar o cofre do Banco Central em Fortaleza, no Ceará, por meio de um túnel escavado a partir de uma casa alugada. A estrutura subterrânea passava por baixo da movimentada Avenida Dom Manuel e levava diretamente ao caixa-forte da instituição. A ação criminosa resultou no furto de mais de três toneladas de cédulas de R$ 50, totalizando R$ 164,7 milhões. O crime só foi descoberto na manhã da segunda-feira seguinte, dia 8 de agosto, quando os funcionários chegaram para o expediente.
As investigações da Polícia Federal apontaram que o grupo era altamente organizado, com divisão de funções e conhecimento técnico para realizar a escavação. Estima-se que, no máximo, R$ 60 milhões foram recuperados, entre valores em espécie e bens apreendidos dos envolvidos. O engenheiro responsável pelo projeto e execução do túnel, Marcos Rogério, conhecido como “Bocão”, foi preso em 2014, após passar 12 anos foragido. Ele havia sido resgatado por criminosos armados do Presídio de Itatinga, no Ceará.
Ao todo, a Justiça Federal no Ceará condenou 119 réus (alguns com mais de uma sentença) em 28 processos ligados ao caso. As acusações incluíram furto qualificado, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, porte ilegal de arma de fogo, uso de documentos falsos e extorsão mediante sequestro. As penas variaram de 3 a 170 anos de prisão. Contudo, decisões posteriores em tribunais superiores resultaram na absolvição de pelo menos 24 condenados e na redução da pena de outros 55. A maior parte das revisões se baseou em interpretações do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o crime de lavagem de dinheiro antes da inclusão da figura jurídica de organização criminosa na legislação brasileira, o que ocorreu somente em 2013.
As informações são do portal G1.