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“Sistema de gerenciamento de incidentes e crises”

Eis o título de um livro recém-lançado pela Ícone Editora. Tem por subtítulo “Atirador ativo. Múltiplos ataques coordenados”. A esta obra de grande valor dedicamos o presente artigo.

Escrito a oito mãos por destacados oficiais da Polícia Militar do Estado de São Paulo – Coronel PM Wanderley Mascarenhas de Souza, Coronel PM Márcio Santiago Higashi Couto, Tenente-Coronel PM Valmor Saraiva Racorti e Major PM Paulo Augusto Aguilar – o livro foi considerado um “compêndio” (p. 3) ou “um verdadeiro manual” (p. 4) pelo General João Camilo Pires de Campos, secretário da Segurança Pública do Estado de São Paulo. De nossa parte, concordamos com o General e julgamos que a obra em foco deveria ser lida, estudada e divulgada amplamente.

O livro traz um contexto geral dos problemas enfrentados pela Polícia no dia a dia e busca expor o que pode motivar a ação do atirador (ou agressor = se age sem arma de fogo) ativo (cf. p. 8), facções criminosas, o novo cangaço no Brasil (cf. p. 9), os tipos diversos de incidentes (cf. p. 28), as chacinas (cf. p. 152) etc. A doutrina norteadora da obra é a norte-americana (cf. p. 19), ainda que, é claro, os fatos nela tratados possam ocorrer em qualquer parte do mundo (cf. p. 6 e 100-152).

Apresenta também o nascimento do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais), em 1987, e sua doutrina consolidada em 1995 (cf. p. 15-16), as táticas de negociação, se há reféns (p. 6) e a importância da atuação primeira e rápida dos policiais de rádio patrulha num incidente (cf. p. 73-75). Por fim, trata, em todo o longo capítulo 4, do atirador (ou do agressor) ativo e das formas de tentar se prevenir dele (cf. p. 161). Com ele já em ação, há também meios de o povo em geral se precaver (cf. p. 165-170) e a forma correta de a Polícia agir (cf. p. 172). Ainda: um bom glossário no final da obra (cf. p. 191-208) muito ajuda o leitor interessado.

Feito esse trajeto, a voo de pássaro, pela obra, desejamos destacar três pontos. O primeiro é a falta de um maior interesse no estudo de incidentes para melhorar a doutrina policial nesta área (cf. p. 18). Essa triste constatação não requer longo debate. Basta fazer duas perguntas a seus próximos: 1) Você gosta de ler? 2) Se gosta, prefere ficção – ainda que baseada em fatos reais – ou uma obra doutrinária apta a ajudá-lo no dia a dia em seu trabalho? O segundo tópico é a importância que os autores dão aos transtornos mentais em geral, mas em especial à psicopatia (cf. p. 95-97). Aqui, faremos uma modesta observação aos renomados autores. Dizem eles que psicopata quer dizer “mente doente”.

Embora não seja de definição unânime, a Dra. Ana Beatriz Silva diz que “o termo psicopata pode dar a falsa impressão de que se trata de indivíduos loucos ou doentes mentais. A palavra psicopata literalmente significa doença da mente (do grego, psyche = mente; e pathos = doença). No entanto, em termos médico-psiquiátricos, a psicopatia não se encaixa na visão tradicional das doenças mentais. Esses indivíduos não são considerados loucos, nem apresentam qualquer tipo de desorientação. Também não sofrem de delírios ou alucinações (como a esquizofrenia) e tampouco apresentam intenso sofrimento mental (como a depressão ou o pânico, por exemplo).

Ao contrário disso, seus atos criminosos não provêm de mentes adoecidas, mas sim de um raciocínio frio e calculista combinado com uma total incapacidade de tratar as outras pessoas como seres humanos pensantes e com sentimentos” (Mentes perigosas, 2008, p. 37). O terceiro é que, na página 191, o glossário aparece como Apêndice 1, mas deveria ser apenas Apêndice, visto não haver o 2.

Estas pequenas observações em nada depreciam, porém, o trabalho em foco. A obra traz – é certo – dados muito atuais e necessários para a vida de nossos dias. Deveria ser estudada na formação dos oficiais e praças da Polícia Militar. Parabéns aos renomados autores. Que este excelente livro encontre, pois, o apreço merecido!

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