Na manhã desta terça-feira (17), a Polícia Civil do Estado de São Paulo prendeu quatro pessoas envolvidas no assassinato do casal José Eduardo Ometto Pavan e Rosana Ferrari, em São Pedro (SP), durante a deflagração da operação Jogo Duplo. O crime, ocorrido em 04 de abril de 2025, foi desvendado após uma investigação minuciosa conduzida pelo 3º Distrito de Homicídios da DEIC – DEINTER 9 de Piracicaba (SP), com apoio da DIG, DISE, GOE e da Delegacia do município de São Pedro.
As vítimas, que residiam em Araraquara (SP), haviam saído de casa naquela tarde para passar o final de semana em uma chácara na zona rural de São Pedro, de sua propriedade. No trajeto, pararam em outro sítio, também pertencente ao casal, onde foram vistas pela última vez com um dos investigados. No mesmo dia, o veículo deles foi abandonado na chácara com os corpos em seu interior. O carro apresentava sinais de que não havia sido conduzido por nenhuma das vítimas, e objetos como um cooler com alimentos perecíveis permaneceram intactos no interior, indicando que a chegada ao local não foi feita por elas.
Os corpos foram encontrados na noite do domingo seguinte, dia 6 de abril. Desde então, a Polícia Civil deu início a uma investigação complexa, que apurou uma trama de estelionato, falsidade ideológica, associação criminosa e ocultação de cadáver.
Segundo as apurações, os mandantes do crime seriam os próprios advogados das vítimas, que atuavam na administração dos bens do casal. Com uso de documentos falsos, incluindo guias DAREs forjadas, comprovantes de recolhimento adulterados e até decisões judiciais falsificadas, os investigados induziram o casal a realizar depósitos que somam mais de R$ 2,8 milhões em supostas despesas processuais. Além disso, sob pretexto de “proteção patrimonial”, os advogados se apropriaram de aproximadamente R$ 12 milhões em imóveis pertencentes às vítimas.
Com o objetivo de eliminar os proprietários e encobrir os crimes financeiros, os advogados teriam contratado dois executores para cometer o duplo homicídio e ocultar os cadáveres.
Nesta terça-feira, foram presos dois advogados de 44 anos, e outro de 47 anos, com escritório localizado em São Carlos (SP). Também foram detidos dois homens de 57 anos, e de 54 anos, apontados como os autores materiais da execução do casal.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos nos bairros Parque Tecnológico Dama I, Parque Faber Castel e Jardim Munique, em São Carlos, além dos bairros Maracanã e Vila Mar, na cidade de Praia Grande (SP). Foram ainda determinados o sequestro de bens dos advogados e o bloqueio das contas bancárias de todos os investigados.
As investigações continuam sob sigilo judicial. A família das vítimas reforçou que não sejam exibidas imagens da escola onde Rosana trabalhava, localizada em Araraquara, como forma de preservar a comunidade escolar já bastante abalada com a tragédia.
