Na manhã desta quarta-feira (25), o Ministério Público de São Paulo (MPSP) e a Procuradoria Nacional Antimáfia e Antiterrorismo da Itália (DNA) assinaram um Acordo de Cooperação Técnica para o enfrentamento conjunto ao crime organizado, em evento realizado na capital paulista. A parceria prevê o intercâmbio de informações, experiências e a capacitação de membros e servidores das instituições.
O acordo está alinhado à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional — conhecida como Convenção de Palermo — e seus protocolos, que incentivam a criação de equipes conjuntas de investigação e a colaboração direta entre autoridades competentes de diferentes países.
Segundo o procurador-geral de Justiça em exercício do MPSP, Fernando José Martins, o mundo interconectado exige cooperação internacional constante. “É um passo fundamental para o enfrentamento de organizações criminosas que atuam além das fronteiras”, declarou.
O procurador nacional Antimáfia da Itália, Giovanni Melillo, ressaltou a gravidade do cenário enfrentado por ambos os países. “Brasil e Itália enfrentam fenômenos criminais de extrema seriedade. Precisamos de canais contínuos de comunicação e de todos os instrumentos previstos no Direito internacional para enfrentá-los”, afirmou.
O promotor Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), destacou a importância do momento: “O crescimento das máfias, inclusive no Brasil, nos preocupa há muitos anos. Este é um dia histórico para o Ministério Público.”
A aproximação entre Brasil e Itália ocorre em um contexto de investigações que já revelaram conexões entre o Primeiro Comando da Capital (PCC) e a máfia italiana ’Ndrangheta, sediada na região da Calábria. A reunião contou com a presença de diversas autoridades brasileiras e italianas, além de representantes do programa europeu El Paccto 2.0, voltado à cooperação entre Europa e América Latina na área da segurança e justiça.
Com o acordo, o MPSP e a DNA fortalecem os mecanismos institucionais de combate às redes criminosas transnacionais, ampliando a capacidade de atuação em investigações e ações coordenadas.