Na manhã desta segunda-feira (16), a Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Americana prendeu quatro vigilantes da empresa CAMPSEG pelos crimes de tortura e desobediência, no Centro de Americana (SP).

A operação foi desencadeada após a Guarda Municipal de Americana ser acionada para atender uma ocorrência de suposto cárcere privado próximo à linha férrea sob o viaduto da Avenida Bandeirantes, cerca de 50 metros dos comércios centrais. No local, os agentes encontraram um homem de 27 anos preso em uma cela improvisada, feita com uma esteira usada em ferrovias, onde permanecia sem alimentação, hidratação ou condições mínimas de segurança desde o início da manhã.

Ao questionarem os vigilantes, estes alegaram que a chave do cadeado estava em Araraquara (SP) e que não poderiam liberar a vítima. A situação escalou quando um dos vigilantes apontou uma pistola de choque contra os agentes municipais, que acionaram a DIG para intervir.

Segundo apuração inicial, a vítima teria sido levada à força durante a madrugada por pessoas do bairro Vila Cordenonsi, sob a acusação de não restituir R$ 5 mil transferidos por PIX. O homem foi trancado na cela improvisada até que o valor fosse pago. Apesar de alegarem não ter colocado a vítima no local, os vigilantes admitiram conhecimento da situação e não tomaram qualquer medida para informar a polícia ou liberar o detido.

A equipe da DIG, sob supervisão do delegado titular, apreendeu quatro pistolas, duas espingardas, uma pistola de choque, munições, sete celulares e dois veículos. Os vigilantes foram indiciados e recolhidos ao cárcere. O caso segue sob investigação, com perícia técnica nos itens apreendidos e apuração do envolvimento de outras pessoas.

Foi tentado contato com a empresa e até o momento não obtivemos respostas.