Na última sexta-feira (20), Lumar Costa da Silva, de 34 anos, deixou o Centro Integrado de Atenção Psicossocial à Saúde (CIAPS) Adauto Botelho, em Cuiabá (MT), após decisão da 2ª Vara Criminal do Poder Judiciário. Em 2019, ele matou e arrancou o coração da tia, Maria Zélia da Silva, de 55 anos, em um crime brutal ocorrido em Sorriso, no interior de Mato Grosso.
A Justiça determinou a alta médica do paciente, diagnosticado com transtorno afetivo bipolar e considerado perigoso, autorizando sua transferência para Campinas (SP), onde passará a viver com o pai e será acompanhado por uma equipe multiprofissional do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS).
A decisão judicial, assinada na quarta-feira (18), impõe a Lumar o cumprimento de medidas de segurança em regime ambulatorial intensivo, com duração indeterminada. Ele deverá comparecer mensalmente ao CAPS III, em Campinas, além de estar proibido de sair da comarca sem autorização da Justiça, frequentar locais inapropriados ou consumir bebidas alcoólicas e entorpecentes. O pai deverá enviar relatórios periódicos à Vara responsável.
Segundo o juiz Geraldo Fernandes Fidelis Neto, o laudo psiquiátrico mais recente aponta que, embora Lumar apresente transtorno mental crônico, seu estado clínico atual é estável e com juízo crítico preservado, permitindo que ele seja tratado fora do ambiente hospitalar, desde que com vigilância contínua.
O crime cometido por Lumar em julho de 2019 chocou o país. Quatro dias após se mudar para a casa da tia em Sorriso, ele assassinou Maria Zélia, retirou o coração da vítima e o entregou à filha dela. À época, declarou à imprensa que ouviu “vozes do universo” mandando cometer o crime e não demonstrou arrependimento.
Lumar havia se mudado para Mato Grosso após tentar matar a própria mãe em Campinas. Durante a transferência para uma penitenciária, chegou a ser flagrado tentando enforcar outro detento dentro do camburão.
Diversos laudos apontaram transtornos psiquiátricos graves. Um deles identificou Transtorno Afetivo Bipolar tipo I, caracterizado por episódios de euforia extrema alternados com depressão profunda, agravados pelo uso de LSD e outras substâncias alucinógenas.
Em 2022, ele foi absolvido por inimputabilidade penal e internado compulsoriamente. Agora, passará por ressocialização em Campinas, sob constante supervisão judicial e médica.