Falta de ações do poder público agrava tráfico de drogas e evasão escolar em áreas escolares de Santa Bárbara d’Oeste (SP)

GCM prende homem por tráfico de drogas no Parque Residencial Zabani em Santa Bárbara d’Oeste (Foto: GCM/SBO)GCM prende homem por tráfico de drogas no Parque Residencial Zabani em Santa Bárbara d’Oeste (Foto: GCM/SBO)

Na manhã da quarta-feira (4), a atenção do Legislativo de Santa Bárbara d’Oeste (SP) voltou-se a pautas relacionadas à mobilidade urbana para uma empresa privada, enquanto problemas graves que envolvem a segurança de escolas municipais permanecem sem solução concreta. A ausência de reuniões voltadas ao combate ao tráfico de drogas no entorno de unidades escolares e a crescente participação de crianças e adolescentes nesse crime, que deveriam estar em sala de aula, têm sido ignoradas pelo Executivo e Legislativo da cidade.

Durante o mês de junho, vereadores se reuniram para tratar da melhoria viária ao redor de um mercado da cidade, em especial na região das avenidas Pastor Diógenes Wiezel, Prefeito José Maria e Rua Salvador de Oliveira. A pauta, proposta pelo vereador Joi Fornasari, visava atender a interesses de mobilidade e segurança privada para moradores e consumidores. Ainda nesta mesma linha, outro destaque da Câmara foi uma moção de apoio, proposta pelo vereador Paulo Monaro, ao Projeto de Lei Federal nº 3613/2023, que trata de ataques em escolas — ação simbólica que, apesar de relevante no cenário nacional, não se traduz em ações efetivas locais de proteção ao ambiente escolar.

Enquanto isso, conselheiros tutelares da cidade seguem cobrando providências para garantir o direito básico de estudantes à educação e à segurança que é dever deles emanados pelo povo por voto. A evasão escolar, está diretamente associada à atuação do tráfico de drogas, que coage e conquista adolescentes para a prática criminosa. Muitos dos que deveriam estar em sala de aula acabam sendo vistos em esquinas e praças próximas a escolas e conjuntos habitacionais, como nas áreas da região da COHAB.

A ausência de projetos locais voltados à proteção das escolas públicas evidencia o descaso. Não há, até o momento, planejamento para a instalação de câmeras de monitoramento no entorno das unidades de ensino e nos bairros com maior índice de vulnerabilidade, recurso que já tem sido adotado por cidades do estado de São Paulo, como São José dos Campos, Campinas e Sorocaba. Nessas cidades, o uso de tecnologia tem auxiliado na identificação de criminosos e na prevenção de delitos nos arredores escolares.

O Estatuto da Criança e do Adolescente é claro ao determinar que é dever do poder público zelar pela permanência do aluno na escola e garantir sua proteção contra qualquer tipo de violência. No entanto, essa responsabilidade parece ser esquecida em Santa Bárbara d’Oeste, pelo executivo e legislativo, onde os temas debatidos nas sessões da Câmara seguem distantes da realidade vivida por professores, alunos e famílias que enfrentam o medo diário nos corredores e arredores das escolas públicas municipais.

Sem políticas públicas integradas e sem o devido acompanhamento por parte das autoridades competentes, o tráfico de drogas continuará avançando sobre o espaço escolar, ampliando a evasão, comprometendo o futuro de jovens e impondo um ciclo de violência cada vez mais difícil de romper.

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Sobre o autor:

Lucas Pereira
CEO do Policial Padrão, graduado em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda (UNISAL 2010-2014), Superior em Técnico de Polícia Ostensiva e Preservação da Ordem Pública (PMESP 2014-2015).