Delegacias da Mulher de SP prendem mais de 6,5 mil agressores em oito meses
As Delegacias de Defesa da Mulher (DDM) do Estado de São Paulo registraram, nos primeiros oito meses de 2024, mais de 6,5 mil prisões de suspeitos de praticar violência contra a mulher. Este número equivale a uma média de um agressor preso a cada 40 minutos. A informação foi divulgada pela Agência SP. Além disso, houve um aumento de 6,6% no número de inquéritos instaurados em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Esse aumento reflete a intensificação dos esforços das autoridades para combater a violência de gênero. O avanço nas investigações, que incluem a coleta de mais provas, tem sido fundamental para garantir que os agressores sejam levados à Justiça. “Encontramos um grande desafio no início da gestão, que era combater a subnotificação dos crimes contra a mulher. Estimular o registro das denúncias e demonstrar que a mulher pode confiar na polícia têm sido essenciais para esclarecer esses crimes e proteger as vítimas”, destacou o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite
Entre janeiro e agosto de 2024, foram registrados 1,6 mil termos circunstanciados e 108,6 mil boletins de ocorrência de agressão, representando um aumento de 6,3% em comparação com o mesmo período de 2023. Para a delegada Adriana Liporoni, coordenadora das DDMs de São Paulo, a Lei Maria da Penha cumpre um papel preventivo, mas é essencial que a punição também ocorra. “A instauração de inquéritos, a coleta de provas, o indiciamento e a condenação dos agressores fazem parte do processo de justiça”, afirmou à Agência SP.
Liporoni explica que a legislação prevê que alguns crimes, como lesão corporal decorrente de violência doméstica, são de ação penal incondicionada, ou seja, não é necessária a representação da vítima para que o inquérito seja instaurado. No entanto, em casos como ameaça, a representação é necessária. “Hoje, as vítimas têm mais conhecimento das ferramentas disponíveis para sua proteção, e isso tem reduzido a subnotificação dos casos”, ressaltou a delegada.
Neste 10 de outubro, Dia Nacional de Luta Contra a Violência à Mulher, o Governo de São Paulo, reforça a importância de denunciar e buscar ajuda em situações de violência doméstica. “O fortalecimento das investigações é essencial para garantir que os crimes sejam devidamente apurados e os agressores punidos, reforçando o compromisso das DDMs com a segurança das mulheres”, declarou Valéria Bolsonaro, secretária de Políticas para a Mulher.
Como denunciar violência contra a mulher
As Delegacias da Mulher oferecem diversos canais para registro de ocorrências e solicitação de medidas protetivas de urgência, incluindo as DDMs territoriais, a DDM Online e as Salas DDM 24h, presentes em plantões policiais. Este ano, o Governo de São Paulo, conforme divulgado pela Agência SP, ampliou o número de Salas DDM 24 horas de 79 para 142, um aumento de 80%.
Além das DDMs, qualquer mulher em situação de risco pode acionar o 190 da Polícia Militar. O Centro de Operações da Polícia Militar (Copom) dispõe da Cabine Lilás, que oferece suporte especializado a vítimas de violência, com policiais militares treinadas para este tipo de atendimento.
SP Por Todas
O Governo de São Paulo também promove o movimento “SP Por Todas”, voltado a ampliar a visibilidade das políticas públicas para mulheres e fortalecer a rede de proteção, acolhimento e autonomia profissional. Entre as iniciativas lançadas em março de 2024 estão o auxílio-aluguel de R$ 500 para vítimas de violência doméstica e o monitoramento permanente de agressores por tornozeleiras eletrônicas.
Outras ações incluem o aplicativo SPMulher Segura, que conecta diretamente a polícia caso o agressor se aproxime, além de linhas de crédito e a entrega das Casas da Mulher Paulista, que oferecem apoio psicológico e capacitação profissional. O protocolo “Não Se Cale” também foi implementado para combater a importunação sexual em bares e eventos, com treinamento gratuito para profissionais do setor.