Tecnologia de ponta impulsiona investigações da Polícia Técnico-Científica de São Paulo

Imagem: Polícia Científica\SSP
A Superintendência da Polícia Técnico-Científica (SPTC) de São Paulo tem se destacado como referência nacional e internacional pela aplicação de tecnologias avançadas no trabalho forense. Equipamentos como scanners 3D, drones e sistemas de inteligência artificial revolucionaram a maneira como os peritos analisam cenas de crimes e acidentes, proporcionando resultados mais rápidos e detalhados para a Justiça.
Comemorando 26 anos de atuação, a SPTC é considerada a mais moderna do Brasil e já atendeu 167 casos com o uso de scanners 3D apenas em 2023. Esses equipamentos permitem a reprodução digital de cenários, com precisão milimétrica, mesmo após a cena ter sido desfeita, facilitando a elaboração de laudos que compõem o inquérito policial.
Tecnologia que salva tempo e aumenta a precisão
Os scanners 3D, que emitem pulsos de infravermelho milhões de vezes por minuto, mapeiam o ambiente em 360º, registrando cada detalhe da cena. A perita Karin Kawakami, ex-chefe da Equipe de Perícias Criminalísticas Oeste e atual Assistente Técnica da Superintendência, explica que o uso desse equipamento reduziu drasticamente o tempo de análise. “O que antigamente levava de cinco a oito horas, hoje pode ser feito em cerca de 40 minutos”, destacou.
Um caso emblemático foi a reconstituição de um acidente de trânsito que resultou na morte de um motorista de aplicativo, na zona leste de São Paulo. Com o uso do scanner e de um drone, os peritos mapearam o local da colisão, calcularam a velocidade do veículo (134,82 km/h, muito próxima dos 136 km/h registrados) e compararam os dados com as imagens das câmeras de segurança, confirmando a exatidão da simulação.
Desenhistas forenses e a arte que revela a verdade
Além da tecnologia de escaneamento e captação de imagens aéreas, o trabalho dos desenhistas técnico-periciais é essencial para elucidar crimes. Esses profissionais transformam informações e vestígios em representações visuais que ajudam a reconstituir cenas e esclarecer a dinâmica dos acontecimentos.

A desenhista técnico-pericial Ana Carla Luiz, com 15 anos de experiência, destaca como a profissão evoluiu com a tecnologia. “Saímos da prancheta com tinta nanquim para o desenho 3D, que hoje é integrado às animações digitais. Isso elimina a necessidade de impressões e acelera o trabalho”, afirmou.
Já na Polícia Civil, desenhistas especializados trabalham com retratos falados e reconstrução facial, utilizando técnicas de psicologia para ajudar vítimas a descreverem suspeitos. Casos históricos, como a captura do “Maníaco do Parque” em 1998, foram resolvidos com o apoio dessas ilustrações, que orientaram as investigações.
Casos solucionados com alta tecnologia
A aplicação desses recursos tem sido decisiva para resolver crimes complexos. No caso da torcedora morta por uma garrafa arremessada em frente ao estádio do Palmeiras, o escaneamento 3D foi fundamental para posicionar todas as pessoas envolvidas e simular a visão do suspeito, comprovando que ele assumiu o risco ao lançar o objeto.
Outro avanço importante é o uso do Forenscope, tecnologia que permite a coleta de impressões digitais sem o uso de pós ou reagentes químicos. Isso possibilita que a mesma amostra seja utilizada para análise genética, duplicando as chances de identificar criminosos através do banco de perfis genéticos nacional (Codis).
Inovação e referência mundial
A SPTC foi a primeira polícia do mundo a receber 10 unidades do scanner 3D mais avançado do mercado, que realiza auto calibração e garante extrema precisão nas reconstituições. Essa expertise tem atraído outros estados e até países que buscam orientação para implementar tecnologias semelhantes.

A superintendência coordena e supervisiona os trabalhos de pesquisa nos campos da Criminalística e da Medicina Legal, com profissionais altamente capacitados que passam por formação rigorosa na Academia de Polícia Civil Dr. Coriolano Nogueira Cobra (Acadepol).
A evolução constante e a busca por soluções inovadoras consolidaram a Polícia Técnico-Científica de São Paulo como referência global, contribuindo para que a verdade prevaleça e a Justiça seja feita com base em provas técnicas irrefutáveis.