IML de SP localiza familiares de 66% das pessoas falecidas não identificadas ou não reclamadas nos últimos seis anos

    Equipe de Assistência Familiar atua com empatia e tecnologia para resgatar vínculos e garantir dignidade às vítimas e parentes.

    PORLucas Pereira

    15/04/2025 22:06

    IML de SP localiza familiares de 66% das pessoas falecidas não identificadas ou não reclamadas nos últimos seis anos

    Nos últimos seis anos, o Instituto Médico Legal (IML) de São Paulo conseguiu localizar familiares de 66% das pessoas que morreram sem identificação ou que não foram reclamadas por parentes. Esse trabalho é realizado pela Equipe de Assistência Familiar (EAF), que desenvolve uma busca ativa com base nas informações coletadas pelos profissionais da Polícia Científica.

    Criado em 2019, o serviço é pioneiro no Brasil e nasceu da necessidade de centralizar os esforços para localizar parentes de falecidos identificados nos núcleos do IML em todo o estado. Além disso, a equipe também atua como ponte entre famílias que buscam por desaparecidos e os serviços do instituto.

    “Eles coletam todas as informações sobre a pessoa que deu entrada no IML, analisam os dados disponíveis e, então, iniciam a busca pelos familiares”, explicou o diretor do IML, Vladimir Alves dos Reis.

    Desde sua criação, a EAF ajudou na identificação de quase 6,1 mil corpos, dos quais mais de 4 mil tiveram seus parentes localizados a tempo, muitas vezes até mesmo antes do sepultamento. Os dados mostram não só a eficácia do serviço, mas também a sensibilidade com que é conduzido. “Além de um trabalho técnico, é um ato humano que também pode contribuir com investigações policiais”, completou o diretor.


    Em muitos casos, os laços familiares haviam sido rompidos com o tempo, por motivos como desentendimentos, escolha por isolamento ou desinteresse. Ainda assim, todos os corpos passam por exames que visam identificar tanto a causa da morte quanto a possível identidade da vítima, com base em critérios científicos. Essas informações são inseridas em um banco de dados acessado pela equipe de assistência.

    O serviço foi fortalecido ao longo dos anos por meio de parcerias com a Polícia Civil, Polícia Federal e forças de segurança de outros estados, permitindo acesso mais rápido a bancos de dados nacionais. Essa cooperação tem sido fundamental para localizar parentes que, muitas vezes, sequer sabiam da morte do ente querido.

    “O IML é geralmente visto apenas como um órgão voltado à ciência forense, mas há também o compromisso com a dignidade no fim da vida, resgatando vínculos e proporcionando conforto aos familiares angustiados”, destacou Vladimir Alves dos Reis.

    Para familiares em busca de entes desaparecidos, é possível consultar ou cadastrar informações diretamente no site da Polícia Científica de São Paulo ou entrar em contato pelo e-mail: acolhimento.iml@policiacientifica.sp.gov.br, informando nome, telefone e os dados do desaparecido.

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