Na manhã desta sexta-feira (28), a Polícia Militar (PM) confirmou que o 2º Tenente Ian Lopes de Lima, de 26 anos, segue afastado das ruas e em estágio supervisionado pela corporação, após ter participado de cinco ocorrências com resultado morte entre abril e novembro de 2024, todas na zona sul da capital paulista. Apesar dos casos, o oficial não responde a nenhum processo criminal e permanece à disposição da corporação em função administrativa.
Ian ingressou na PM em 2023 e, em menos de quatro meses, assumiu o comando noturno do 37º Batalhão Metropolitano, responsável pelo policiamento do Capão Redondo e região. A rápida ascensão foi vista internamente como um sinal de confiança dos superiores, que o consideravam um oficial “de destaque”.
As ocorrências em que esteve envolvido ocorreram em áreas de alta criminalidade, como Jardim Ângela, Rodovia dos Imigrantes e Avenida Jornalista Roberto Marinho. Em todos os casos, segundo a PM, os confrontos ocorreram após ataques contra os policiais. Em uma das ações, foram registrados mais de 47 disparos, dos quais sete partiram da arma de Ian — entre pistola e fuzil.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) informou que o oficial está afastado das atividades operacionais desde dezembro de 2024 e cumpre estágio supervisionado, com avaliações técnicas e acompanhamento psicológico, como parte dos protocolos internos para agentes envolvidos em ocorrências letais.
De acordo com a SSP, todos os casos estão sob investigação por meio de Inquéritos Policiais Militares (IPMs), com participação da Corregedoria e do Ministério Público Militar. Até o momento, não há denúncia formal oferecida pela Justiça comum.
A Secretaria ressaltou ainda que a corporação não tolera desvios de conduta. Desde o início da atual gestão, mais de 460 policiais foram presos e 318 expulsos por irregularidades. Também há investimento contínuo em capacitação e no uso de armamentos menos letais.
A conduta do tenente também chamou atenção pela forma como ele conduziu as formalizações de ocorrências e pela transparência no cumprimento dos protocolos internos. Segundo a PM, o estágio supervisionado integra uma política de reavaliação profissional após envolvimentos em ocorrências de alta complexidade.
Apesar da gravidade dos episódios, a situação do tenente é tratada de forma administrativa como padrão da corporação e segue sem qualquer punição definitiva. Ele continua sendo avaliado pela corporação, sem afastamento definitivo ou decisão judicial contrária até o momento, Distorcendo publicações em mídias e redes sociais para apresentá-lo como indiciado por alguma ação ilegal.