Polícia de São Paulo encerra missão humanitária no RS com quase 600 operações de resgates

    Foram 41 mil apoios humanitários, 6,7 mil quilos de alimentos e 1,9 mil litros de água entregues

    PORPatrícia di Sanctis

    19/07/2024 14:36
    Atualizado em 19/07/2024 14:36

    Polícia de São Paulo encerra missão humanitária no RS com quase 600 operações de resgates

    Polícia de São Paulo encerra missão humanitária no RS com quase 600 operações de resgates

    965 militares participaram da ação nesses meses (Foto: SSP)

    Desde o dia 1° de maio, as forças de segurança do Estado de São Paulo estiveram empenhadas na missão humanitária no Rio Grande do Sul, afetado pelas chuvas. Só a Polícia Militar (PM) e o Corpo de Bombeiros paulistas realizaram quase 600 operações de resgates. A última equipe enviada para o estado gaúcho retorna nesta sexta-feira (19).

    Além dos salvamentos, os policiais também atuaram em diversas ocorrências com prisões de criminosos e apreensões de armas de fogo ilegais e drogas.

    Um total de 965 militares participaram da ação nesses meses, sem contar os agentes das Polícias Civil e Técnico-Científica, que também somaram esforços. Sempre que uma equipe voltava, outra ia para continuar prestando apoio.

    Os policiais também transportaram 1,3 mil vítimas para garantir cuidados médicos urgentes, e entregaram 6,7 mil quilos de alimentos e 1,9 mil litros de água potável. Foram aproximadamente 41 mil apoios humanitários no período.

    Polícia de São Paulo encerra missão humanitária no RS com quase 600 operações de resgates
    Foram aproximadamente 41 mil apoios humanitários no período (Foto: SSP)

    “Foi uma integração muito grande entre as equipes de segurança”, ressaltou o tenente-coronel Paulo Henrique Beltrami, comandante do 9° Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep) em São José do Rio Preto (SP), que está com parte da sua equipe no Rio Grande do Sul finalizando os trabalhos da força-tarefa.

    Ele contou que em 30 anos de carreira nunca havia participado de uma missão dessa magnitude. “A gente fala de amor ao próximo, mas aqui pude ver e sentir isso. Essas pessoas sentem empatia umas pelas outras a ponto de estarem precisando e mesmo assim pedirem para que a gente ajude outra, dê preferência para outra”, revelou.

    Apesar de as inundações terem praticamente cessado, as cidades gaúchas ainda sofrem com chuvas exponenciais e um frio intenso. Segundo o tenente-coronel, muitas vítimas afetadas continuam nos abrigos porque estão sem condições de voltarem para casa.

    Uma parte delas passa o dia limpando o que restou do lar. Os eletrodomésticos danificados pelas águas são colocados nas calçadas e servidores da prefeitura passam recolhendo. Aos poucos, as pessoas que perderam tudo para as chuvas vão tentando retomar a vida.

    “Muitos bairros estão sem água potável, então os moradores sobrevivem de doações. Mesmo agora, depois desse tempo, vejo que as pessoas ainda não esqueceram do povo daqui. Ainda tem muita gente ajudando, principalmente do estado de São Paulo”, afirmou o policial.

    A última equipe paulista vai sair hoje do Rio Grande do Sul com as viaturas e equipamentos. Eles vão dormir em Santa Catarina e devem chegar em São Paulo até domingo (21).


    O secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, destacou o orgulho que sente dos policiais que se voluntariaram e deixaram o conforto de suas casas para salvar vidas lá.

    “Rompemos barreiras internacionais. Ano passado, fizemos uma operação humanitária após o terremoto na Turquia, com mais de 20 bombeiros. Infelizmente, esse ano, com a tragédia no Rio Grande do Sul, também empenhamos centenas policiais para socorrer e prestar apoio humanitário a essas pessoas”, mencionou.

    Balanço do Corpo de Bombeiros

    O Corpo de Bombeiros também encerrou nesta sexta-feira (19) as atividades da operação mobilizada para ajudar nos trabalhos de resgate e recuperação no Rio Grande do Sul.

    Ao todo, a corporação realizou o resgate de 1.056 pessoas e de 279 animais. Seis corpos foram localizados pelos agentes. Desde o dia 2 de maio, foram oito forças-tarefas enviadas, totalizando 265 agentes empregados nos 78 dias de trabalho no estado gaúcho.

    Polícia de São Paulo encerra missão humanitária no RS com quase 600 operações de resgates
    Foram 78 dias e oito forças-tarefas do Corpo de Bombeiros de SP no Rio Grande do Sul (Foto: Governo de SP)

    A porta-voz do Corpo de Bombeiros de São Paulo, tenente Olívia, destacou o empenho e o trabalho humanitário dos profissionais enviados à missão.

    “Apesar da tragédia, retornamos com o coração satisfeito e com sentimento de missão cumprida. Felizes de ter levado um acalento às pessoas que sofreram e felizes também por nossos bombeiros terem retornado com segurança para os seus lares. Agradecemos muito o apoio do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul e de todas as instituições civis e militares que também nos apoiaram nessa missão”, afirma.

    Para os resgates de vítimas e animais em situação de risco, o Corpo de Bombeiros paulista mapeou extensas áreas afetadas pelas enchentes, com o emprego de drones, cães de busca, embarcações e diversas viaturas.

    As operações ocorreram nos municípios gaúchos mais afetados pela tragédia, como Porto Alegre, Eldorado do Sul, Canoas, São Leopoldo, Lajeado, Cruzeiro do Sul, Taquari, Bom Retiro do Sul e Teotônia, incluindo buscas em áreas rurais e próximas aos rios.

    Os bombeiros militares que retornam da missão vão se apresentar na estação da corporação em São Paulo no próximo sábado, dia 20 de julho.

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