Na manhã desta sexta-feira (17), a Polícia Civil (PC), por meio do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), identificou dois postos de combustíveis suspeitos de venderem etanol adulterado com metanol para uma fábrica clandestina de bebidas alcoólicas. Os estabelecimentos ficam nas cidades de São Bernardo do Campo e Santo André, na Grande São Paulo.
A operação foi realizada em conjunto com o Instituto de Criminalística (IC), o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), a Secretaria da Fazenda e a Agência Nacional do Petróleo (ANP). A ação é um desdobramento da operação da semana passada, que resultou na prisão de uma mulher apontada como responsável por comandar uma fábrica de bebidas adulteradas em São Bernardo do Campo.
Ao todo, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão, sendo dois na capital paulista. Após a prisão da suspeita, a Polícia Civil passou a investigar o ex-marido, o pai e o cunhado dela, suspeitos de comercializar as bebidas adulteradas para bares das zonas sul e leste de São Paulo.
Segundo as investigações, dois homens morreram e outro permanece internado em estado grave após consumirem as bebidas adulteradas vendidas nesses estabelecimentos.
As apurações também revelaram transações bancárias entre os familiares da mulher presa e os postos de combustíveis investigados. Durante as diligências, agentes recolheram amostras de etanol para análise laboratorial.
Nos demais endereços da operação, os policiais apreenderam 7,5 mil garrafas vazias de diversos destilados, 1,1 mil caixas, tampas, lacres e insumos utilizados na falsificação de bebidas alcoólicas.
“O primeiro ciclo foi fechado. Vamos continuar as diligências para identificar a origem de todas as bebidas adulteradas no estado”, declarou o delegado-geral da Polícia Civil, Artur Dian.
A operação faz parte do gabinete de crise estadual criado para combater a falsificação de bebidas alcoólicas e os casos de intoxicação por metanol em São Paulo.
Entenda o risco do metanol em bebidas adulteradas
O metanol é um álcool tóxico, usado industrialmente como solvente e combustível, e não pode ser consumido por humanos. Quando ingerido, mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, falência de órgãos e morte. A mistura ilegal com etanol é usada por criminosos para aumentar o rendimento e o lucro na produção de bebidas falsificadas.
Desde setembro, o governo estadual tem intensificado as ações de fiscalização e divulgação de alertas à população sobre os perigos do consumo de bebidas de origem desconhecida.