A Polícia Civil de São Paulo lançou o Programa Ação Protetiva 360º, um projeto piloto que busca fortalecer e agilizar o atendimento multidisciplinar às vítimas de violência sexual nos municípios da Grande São Paulo. A iniciativa pretende descentralizar a coleta de provas, garantir acolhimento humanizado e reduzir o tempo de espera para exames essenciais, ampliando o suporte prestado fora da capital.
O projeto será aplicado inicialmente por 180 dias nas cidades de Itaquaquecetuba, Mauá e Itapevi, onde hospitais locais receberão capacitação para realizar exames forenses, testes de gravidez e detecção de Infecções Sexualmente Transmissíveis, garantindo que o atendimento seja imediato e não exija deslocamentos até São Paulo. Segundo o Demacro, a ação protetiva permitirá que as vítimas tenham acesso rápido ao que é necessário para preservar elementos de prova e iniciar tratamentos urgentes.
Outra frente importante do programa é a padronização da coleta e do transporte de material biológico em até 48 horas, prazo essencial para assegurar a eficácia da análise pericial. O diretor do Demacro destacou que a medida beneficia vítimas e profissionais de saúde, ao tornar o processo mais ágil e reduzir etapas que poderiam atrasar investigações.
Além do suporte técnico, a iniciativa prevê a criação de salas reservadas e acolhedoras nos hospitais da região, garantindo atendimento psicológico, social e jurídico desde o primeiro contato da vítima com o serviço público. De acordo com a Polícia Civil, a ação protetiva também pretende fortalecer o combate ao estupro de vulneráveis, especialmente nas ocorrências dentro do ambiente familiar, onde a subnotificação é maior.
Inspirada no programa Bem-Me-Quer, realizado no Hospital da Mulher, na capital, a Ação Protetiva 360º busca replicar um modelo que já soma mais de 10 mil atendimentos nos últimos dois anos. Esse serviço concentrado permite que a vítima realize todos os procedimentos necessários em um único local, sem a necessidade de percorrer diferentes equipamentos públicos.
A expectativa é que, ao final do período experimental, um relatório detalhado identifique os avanços da ação protetiva e a viabilidade de expansão para outras regiões do estado, levando o atendimento especializado e humanizado a um número ainda maior de vítimas.














