A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, capital da Itália, conforme confirmado oficialmente pelo Ministério da Justiça do Brasil. Zambelli era considerada foragida desde maio, quando deixou o país após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
A informação da prisão foi inicialmente divulgada pelo deputado italiano Angelo Bonelli, que afirmou ter colaborado com a localização da parlamentar ao fornecer às autoridades italianas o endereço onde ela estava escondida. Posteriormente, o Ministério da Justiça brasileiro confirmou a detenção.
Zambelli foi condenada a dez anos de prisão por envolvimento na invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além de outros crimes ligados a ataques à democracia e disseminação de fake news.
Foragida e alvo da Interpol
Após deixar o Brasil, Carla Zambelli utilizou sua cidadania italiana para entrar legalmente na Europa, o que dificultou ações diretas de extradição imediata. No entanto, ela passou a integrar a lista vermelha da Interpol, o que acelerou a cooperação entre autoridades brasileiras e italianas.
De acordo com o G1, a deputada foi localizada em território italiano após colaboração entre autoridades dos dois países, o que levou à sua prisão formal nesta terça-feira.
Mesmo com a confirmação da prisão, a defesa de Zambelli ainda não se manifestou publicamente sobre o caso.
Extradição deve seguir trâmites jurídicos
Agora, com a detenção oficializada, inicia-se o processo de extradição, que será analisado pela Justiça italiana. A tramitação pode levar semanas ou meses, dependendo da argumentação da defesa e da cooperação entre os dois países.
Especialistas em direito internacional afirmam que, por Zambelli ter dupla nacionalidade, a Itália pode recusar a extradição — mas, politicamente, a pressão internacional pode influenciar o desfecho.