Introdução: Um Sonhador no Caminho da Farda
História real no ingresso na Polícia Militar de São Paulo: Em 2010, eu era apenas mais um jovem de 20 anos, cheio de dúvidas, inseguranças e uma sensação de estar “perdido” na vida. Trabalhava no escritório da minha família, mas não me sentia realizado ou engajado. Tinha acabado de entrar em um relacionamento com uma garota de família estruturada, e isso acendeu algo dentro de mim: a vontade de encontrar meu caminho. Foi nesse ambiente — entre planilhas de contabilidade e conversas com policiais militares que faziam segurança da família — que nasceu meu interesse pela Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP). E foi aí que tudo começou e vou contar para vocês a História real no ingresso na Polícia Militar de São Paulo
O Começo da Jornada: Um Jovem Cheio de Medos
Minha infância foi marcada por inseguranças. Era o caçula entre irmãos e primos, sempre protegido, sempre o “café com leite”. Depois da separação dos meus pais, essas inseguranças ganharam mais força. E talvez por isso, ser policial passou a simbolizar algo maior do que uma profissão — era um jeito de enfrentar meus medos, de me tornar forte, alguém confiável e capaz.
O Blog, a Faculdade e os Primeiros Tombos

Em 2011, entrei na faculdade de Publicidade e Propaganda no UNISAL, em Americana/SP. Queria mostrar que podia crescer, ter uma profissão e construir minha própria história. Lá, criei meu primeiro portal de notícias policiais, o Policial Padrão, como projeto acadêmico. Sem nenhuma experiência como jornalista ou policial, toquei o blog com paixão e perseverança. Paralelamente, comecei a estudar para o concurso da PMESP. Reprovei na prova escrita em 2010. Depois, veio a maior pedra no caminho: o exame psicológico. Entre 2011 e 2013, fui reprovado diversas vezes nessa etapa, mesmo procurando cursos, psicólogos e dicas para “acertar”. Mas a ansiedade, a insegurança e as crises de pânico sempre falavam mais alto.
A Batalha Contra o Psicotécnico: “Seja Você Mesmo”
Em 2013, cansado de tentar, decidi desistir do concurso. Um amigo (policial) ainda tirava sarro dizendo que eu não tinha “perfil de policial” e que minha falta de um dente me impediria no exame médico. Comecei a me conformar com a ideia de assumir meu cargo na Guarda Municipal de Limeira.
Mas minha mãe, insistente como sempre – apesar de não querer pelo risco da profissão-, pagou a inscrição da PMESP. Sem estudar, fui lá e passei na prova escrita. No Teste de Aptidão Física, fiz tudo no limite — ressacado, sem treino, quase morrendo, mas fui aprovado. Veio o exame médico: exames, consultas, avaliações e… mais uma vez: Apto.
Então, chegou o momento do temido exame psicológico.
Dessa vez, decidi: “Vou ser eu mesmo”. Esqueça os truques, os cursos, os desenhos com raízes e árvores perfeitas. Fui com minhas imperfeições, ansiedades e limitações. Três dias seguidos de exames e entrevistas depois, resultado: Aprovado.
A lição? A PM não procura um super-humano.
Ela procura alguém real, com capacidade de evoluir. Investigação Social e Ingresso na Escola de Formação
Passei pela investigação social, que avalia sua vida pregressa — histórico criminal, familiar, financeiro. Tudo precisa estar limpo. Entreguei os documentos, preenchi os formulários, e mais uma etapa vencida.

Escolhi a Escola de Formação em Franco da Rocha, como indicado por aquele mesmo amigo que duvidava de mim. Fui parar na **Escola Superior de Bombeiros da PMESP**. Lá, fui forjado como nunca antes. Sofri, chorei, me superei.
A Formação: 6 Meses que Valem por 5 Anos
Na escola de formação, não se anda — se corre. Seu psicológico é testado o tempo todo. Enfrentei meus traumas, amadureci, virei homem. Aprendi a me cuidar, a cozinhar, a lavar minha roupa, a conviver em coletividade e, claro, a ser policial militar. Depois veio o curso específico no 26º BPM/M, dentro do Complexo Psiquiátrico do Juquery — ironia ou não, ali também encontrei aprendizado. A estrutura era dura, o sistema rígido, mas a missão era clara: forjar guerreiros da vida real.

A Formatura: Uma Nova Vida
No Sambódromo do Anhembi, jurei com orgulho: “Ao ingressar na Polícia Militar, prometo regular a minha conduta pelos preceitos da moral, cumprir rigorosamente as ordens das autoridades a quem estiver subordinado e dedicar-me inteiramente ao serviço policial militar, à polícia ostensiva, à preservação da ordem pública e à segurança da comunidade, mesmo com o sacrifício da própria vida.” Família reunida, lágrimas nos olhos, missão cumprida.
A Realidade do Concurso da PMESP
Etapas do Concurso:
1. Prova escrita (objetiva e redação)
2. Teste de Aptidão Física (TAF)
3. Exames de Saúde
4. Exames Psicológicos
5. Investigação Social
6. Análise de Documentos
7. Curso de Formação
Dificuldades mais comuns:
– Pressão emocional e familiar
– Medo de fracassar
– Ansiedade no psicotécnico
– Condições físicas despreparadas
– Falta de estrutura no início
Realidade:
O concurso da PM não é só uma prova, é um filtro de vida. Exige preparo mental, físico e emocional. Não é para qualquer um — mas também não é só para “super-homens”. É para quem persiste.
Conclusão: A Verdade Que Ninguém Te Conta

A PMESP me moldou. Me ensinou que não se trata de ser perfeito, mas sim de estar disposto a evoluir todos os dias. E se você me perguntar hoje:
Vale a pena tentar?
Sim. Mas tente com o coração aberto. Com verdade. Com coragem para fracassar e levantar de novo. E se um dia você pensar em desistir, lembre-se: eu só passei quando parei de tentar ser quem os outros queriam — e fui apenas eu mesmo.
