PF avalia discurso de Bolsonaro na Paulista sobre tentativa de golpe

    Segundo a Polícia federal, Ex-presidente admite conhecimento de minuta para golpe, contrastando com silêncio anterior à Polícia Federal.

    PORLucas Pereira

    26/02/2024 18:52
    Atualizado em 26/02/2024 18:52

    PF avalia discurso de Bolsonaro na Paulista sobre tentativa de golpe

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    Imagem: Redes Socais

    No domingo à tarde (25), na Avenida Paulista, em São Paulo, o discurso de Jair Bolsonaro foi marcado, segundo a PF por uma suposta admissão de conhecimento sobre uma minuta que propunha a decretação de estado de sítio, além da prisão de parlamentares e ministros do STF, configurando um suporte a uma tentativa de golpe de Estado. Essa suposta revelação contrasta significativamente com a postura adotada por Bolsonaro na última quinta-feira (22), quando, diante das indagações da Polícia Federal (PF), optou pelo silêncio, que é um direito constitucional. A equipe da PF, responsável pela investigação dos eventos relacionados à tentativa de golpe pós-eleições de 2022, está avaliando o conteúdo do discurso, conforme informado pela Agência Brasil.

    A existência da minuta, encontrada na residência de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, durante uma operação de busca e apreensão realizada pela PF em janeiro do ano passado, apontava para uma intervenção no Poder Judiciário com o objetivo de obstruir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a convocação de novas eleições. Além disso, a minuta já havia sido mencionada nas delações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens da presidência.


    As investigações da Polícia Federal e do Supremo Tribunal Federal (STF) se estendem para além do discurso e da minuta, incluindo o ataque ao sede dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023. Outros elementos sob escrutínio incluem um vídeo de uma reunião no Palácio da Alvorada, em julho de 2022, onde auxiliares do ex-presidente e um grupo de militares discutiram alternativas de ataque ao sistema eleitoral eletrônico e à eleição presidencial daquele ano, evidenciando para o STF a complexidade e a gravidade das investigações em curso.

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