OS HERÓIS ANÔNIMOS E INVISÍVEIS

    PORVilson Berlanda

    04/05/2020 22:49

    OS HERÓIS ANÔNIMOS E INVISÍVEIS

    A cada dia fica mais evidente quem são os verdadeiros heróis anônimos em nossa sociedade, aqueles que exercem atividades essenciais a nossa rotina, enquanto nós, em nosso total e egoísta estado absorto, seguimos alheios até que de modo súbito e inesperado, de improviso deparamos com o surto, contágio, flagelo, praga, com o famigerado vírus Covid-19.

    Foto: Semanaon / Heróis Anónimos

    Não vamos falar neste momento do tripé anônimo dos Policiais, dos Agentes de Saúde e dos Caminhoneiros que anos a fio dedicam suas vidas e o convívio familiar para servir a sociedade, até porque neste momento essas classes tem recebido o apoio da população, inclusive, em alguns estados com hora marcada para salva de palmas.

    O apoio vem da população, já o governo segue em sua total inércia e apatia com o servidor, seria de extrema necessidade e sensatez, neste momento de reflexão, traduzir os anseios da população, transformando suas palmas em melhorias no trabalho, na remuneração, nos EPIs, na carga horária, enfim, no reconhecimento. (Prometo no momento oportuno escrever algo específico para essa classe).

    Mas vamos mencionar os heróis anônimos e invisíveis que devido à correria do dia a dia, muitas vezes não os percebemos, são eles:

    Os Frentistas: conhecidos também como “profissão perigo”, os riscos vão além da exposição diária a ladrões e baderneiros, vivem expostos aos solventes da gasolina (benzeno, tolueno, xileno) que evaporam durante o abastecimento sendo absorvidos pela respiração e através da pele, podem ainda causar: câncer, anemia, dor de cabeça, infecção pulmonar, problemas neurológicos, entre outros. Mas estão ali, na linha de frente, a postos, em suas bombas para nos atender e servir.

    Os Padeiros: estes bravos guerreiros perdem o precioso convívio familiar, pois precisa ser os primeiros a dormir, para serem os primeiros a acordar, ás 02h30min, seguindo para seu posto de trabalho para deixar o pão quentinho as 05h00min aos exigentes clientes: -“quero este mais moreninho” ou “pega os mais branquinhos”, também sempre a postos e não podem ficar em casa durante a pandemia.


    Os Operadores de caixas de supermercados e padarias: arrisco a dizer que, frente à pandemia, são os profissionais que mais enfrentam carga excessiva de trabalho, além de conflitos diários em seu ambiente de trabalho, a pressão dos clientes, muitas vezes a incompreensão e o suporte inadequado, etc. Mas estão ali, firmes e fortes a servir: -“pode digitar o CPF, por favor?”.

    Os Motociclistas e entregadores: o “renegado, execrado e repelido” motoboy de ontem, devido às ultrapassagens e maneira versátil de conduzir uma motocicleta, hoje a “estimado, apreciado e destemido” pelos mesmos motivos. Assim, continuam arriscando suas vidas para que possamos degustar nosso pedido quentinho e dentro dos padrões de qualidade, pois com pandemia ou sem pandemia continuamos exigentes no paladar, esse é mais um profissional que não fica em casa, para nos servir.

    Podemos acrescentar á nossa lista de heróis invisíveis, os diversos atendentes, os coletores de lixo, os garis, os pastores, os padres e seus diversos auxiliares que levam a Palavra em meio à pandemia, os assistentes sociais, os repositores, os vigilantes, os vigias, os porteiros, e tantos outros.

    Decididamente, não foi citado aqui os heróis do futebol e seus garbosos e bem nutridos salários, com todo respeito à classe e profissão, parece ainda não ter feito falta em meio à pandemia, também não cito os “guerreiros” do falido BBB, com seus maus exemplos e ócio, totalmente alheios à ocupação.

    Que possamos perceber, entender e valorizar tantas profissões que pressupomos não existir, simplesmente por servir humildemente nossa exigente rotina cotidiana e que possamos agradecer e reconhecer os verdadeiros heróis anônimos e invisíveis da sociedade.

    A todos vocês, que não puderam ficar no conforto e refúgio do lar, no aconchego e amparo familiar, mas, contrariando a Organização Mundial da Saúde tem o dever e necessidade de sair todos os dias para trabalhar e garantir o sustento, restando o compromisso de voltar para casa com a hesitação e incerteza da contaminação, fica nosso profundo respeito e gratidão a sua existência e seu dom, aptidão e capacidade de servir.

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