Na manhã desta segunda-feira (8), agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo (MPSP), em conjunto com a Polícia Militar e a Polícia Civil, deflagraram a Operação Sharpe mira facção, desdobramento da Operação Salus et Dignitas, realizada em agosto de 2024. O alvo é o crime organizado que atua na região central da capital paulista, conhecida como “cracolândia”.
A ação que mira facção cumpriu 10 mandados de prisão preventiva e 21 de busca e apreensão contra lideranças ligadas ao Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho, comunidade apontada como centro de comando das atividades criminosas.
Segundo as investigações, o tráfico de drogas era apenas uma das vertentes de um “ecossistema de ilícitos”, que incluía exploração de hotéis, bares, empresas de reciclagem e até lojas de celulares, todos dominados pela facção. Na primeira fase da operação, em agosto, foram presas lideranças e agentes públicos ligados a atividades de milícia. Nenhum usuário de drogas foi detido na ocasião.
As apurações também revelaram com mira facção que mesmo preso, o líder da comunidade continuava a emitir ordens criminosas de dentro do presídio, intimidando funcionários do CDHU e coagindo famílias a não aceitarem indenizações por suas moradias, sob falso discurso de resistência da comunidade.
Com a deflagração desta nova etapa, as forças de segurança buscam impedir a tentativa de reorganização do grupo, que seguia explorando o tráfico de drogas e coagindo moradores da Favela do Moinho. O local será alvo de um projeto de reurbanização, com a construção de um parque público e a realocação das famílias, que deverão ser devidamente indenizadas.