Na manhã desta quinta-feira (2), a Secretaria da Segurança Pública (SSP) de São Paulo promoveu um encontro entre pesquisadores e autoridades da área da segurança para parceria de políticas públicas de segurança no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), na capital paulista. A reunião marcou o início formal do convênio firmado entre a SSP, a Fundação Getúlio Vargas (FGV), a Universidade de São Paulo (USP) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), com duração prevista de cinco anos.
O objetivo da parceria é unir o conhecimento acadêmico à experiência prática das forças de segurança, criando políticas públicas mais eficazes e sustentáveis. As reuniões entre representantes do governo e pesquisadores serão realizadas mensalmente. Nesses encontros, a SSP apresenta os principais desafios enfrentados nas ruas e nas instituições, enquanto os especialistas propõem soluções com base em dados e estudos científicos.
De acordo com o delegado Otaviano Toshiaki Uwada, representante da SSP no projeto, “apenas a articulação entre academia e instituições policiais permitirá o avanço de políticas públicas mais eficazes, equitativas e sustentáveis no campo da segurança pública contemporânea”.
Entre os principais temas abordados pelo convênio estão o combate à violência nas escolas, violência contra a mulher, perturbação do sossego, uso aberto de drogas, carreiras criminais e o desenvolvimento de uma plataforma geoespacial de dados sobre segurança pública.
As equipes de pesquisa atuarão em três frentes principais:
– Compreender como fatores sociais e experiências de violência influenciam o medo da criminalidade;
– Analisar os tipos de crimes que mais causam sensação de insegurança em grandes cidades;
– Desenvolver uma base de dados que mapeie a percepção da população sobre a insegurança.
O projeto também prevê a concessão de bolsas de pós-graduação, mestrado e doutorado a policiais civis e militares, com foco em formação técnica em análise de dados e métodos científicos de investigação. A intenção é ampliar a qualificação dos agentes, aproximando a vivência policial das práticas acadêmicas.
Como parte da iniciativa, a SSP criou ainda a Assessoria de Estudos e Pesquisas, órgão responsável por coordenar os projetos científicos e fomentar colaborações com universidades, centros de pesquisa e entidades da sociedade civil. A assessoria também será responsável por manter um banco de dados atualizado e acessível para subsidiar decisões e políticas públicas.
Segundo os organizadores, a proposta representa uma mudança de paradigma: deixar de fazer pesquisa sobre a polícia para fazer pesquisa com a polícia. A expectativa é que essa integração gere avanços significativos na construção de soluções concretas para os desafios da segurança pública no estado de São Paulo.














