O cidadão americano Ashley Tellis, de 64 anos, foi preso em 11 de outubro, acusado de retenção ilegal de informações sigilosas de defesa nacional. Tellis, residente em Vienna, no estado da Virgínia, compareceu nesta quinta-feira (23) a uma audiência de detenção no Tribunal do Distrito Leste da Virgínia.
Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DOJ), Tellis, que possuía autorização de segurança Top Secret e acesso a Informações Sensíveis Compartimentadas (SCI), teria removido mais de mil páginas de documentos confidenciais de instalações governamentais e armazenado-as em sua residência. Os materiais, classificados como “Secreto” e “Ultrassecreto”, estavam escondidos em armários trancados, sacos de lixo e um escritório no porão de sua casa.
A procuradora-geral adjunta principal, Sue J. Bai, destacou que “proteger as informações de defesa nacional é uma prioridade máxima” e que o réu “violou a confiança depositada nele ao explorar indevidamente sua credencial de segurança”.
De acordo com o FBI, Tellis — assessor sênior do Departamento de Estado e contratado do Departamento de Defesa — utilizou indevidamente seu acesso a sistemas e instalações seguras, incluindo o Escritório de Avaliação de Redes do Departamento de Defesa e uma Instalação de Informações Compartimentadas Sensíveis (SCIF). Ele teria impresso, alterado e ocultado trechos de documentos classificados antes de removê-los das dependências governamentais.
Durante a busca em sua casa, realizada com mandado judicial, os agentes localizaram arquivos impressos e anotações manuais com informações sobre capacidades militares dos Estados Unidos.
O diretor assistente do FBI, Roman Rozhavsky, afirmou que a prisão de Tellis “serve como um aviso severo para qualquer um que pretenda minar a segurança nacional americana”. O procurador-geral Halligan reforçou que “as acusações representam um grave risco à segurança dos cidadãos”, enquanto o diretor do FBI em Washington, Darren B. Cox, declarou que “Tellis traiu a confiança ao remover documentos confidenciais de instalações seguras”.
Tellis, que trabalha para o Departamento de Estado desde 2001 e atua como membro sênior do Carnegie Endowment for International Peace, foi autuado e permanece sob custódia federal.
O caso segue em investigação pelo FBI, com apoio do Serviço de Segurança Diplomática do Departamento de Estado e do Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea.
Os promotores Seth Schlessinger e Leslie Esbrook são responsáveis pela condução do processo. O Departamento de Justiça enfatizou que a queixa criminal é apenas uma alegação e que o réu é presumido inocente até prova em contrário.







