Na manhã desta terça-feira (21), a Polícia Civil (PC), por meio do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), deflagrou a Operação Octanagem para cumprir seis mandados de busca e apreensão em postos de combustíveis ligados a uma organização criminosa especializada em adulteração de combustível e lavagem de dinheiro, nas cidades de Santos, Praia Grande e Araraquara (SP).
A ação foi coordenada pela 3ª Divisão de Investigação sobre Crimes contra a Administração e Combate à Lavagem de Dinheiro (Dicca), sob comando do delegado Tiago Fernando Correia, e contou com o apoio da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Araraquara. Segundo o delegado, a operação é um desdobramento direto da Operação Carbono Oculto, deflagrada em agosto, que investigava um esquema bilionário de corrupção e fraudes no setor de combustíveis.
De acordo com as investigações, o objetivo desta fase é “atacar o braço varejista” do esquema, composto por postos de combustíveis administrados por um familiar do principal investigado na operação anterior. Durante as fiscalizações realizadas com apoio da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), do Instituto de Pesos e Medidas (Ipem) e da Secretaria da Fazenda, foram constatadas irregularidades graves, como adulteração de combustível e fraude volumétrica, em que as bombas dispensavam menos combustível do que indicavam no visor.
Segundo o delegado Tiago Correia, a Operação Octanagem busca identificar se os postos estão em condições adequadas de funcionamento, se há sonegação fiscal e quem são os sócios ocultos ligados ao esquema criminoso.
Podegostar
“Estamos analisando esses postos para descobrir o alcance da organização, verificar as condições de consumo e identificar os verdadeiros beneficiários do lucro ilícito”, afirmou o delegado.
A operação mobilizou 32 policiais civis e segue em andamento. Os casos estão sendo registrados na 3ª Dicca, do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC).
Entenda a Operação Carbono Oculto
Deflagrada em agosto de 2025, a Operação Carbono Oculto foi conduzida pela Polícia Civil de São Paulo e revelou um esquema bilionário de lavagem de dinheiro, evasão fiscal e adulteração de combustíveis que envolvia empresários e postos distribuídos em diversas regiões do estado. A ação resultou em dezenas de mandados de busca e apreensão, apreensão de documentos contábeis e bloqueio de bens.
Porque o nome Octanagem
O nome Octanagem faz referência ao índice que mede a resistência do combustível à detonação — uma alusão à adulteração praticada pelos investigados, surge como continuação direta desse trabalho, voltada especificamente ao segmento varejista — os postos de combustíveis — utilizados para dar aparência de legalidade aos lucros obtidos com as fraudes identificadas na fase anterior.
