Na tarde desta quarta-feira (23), a Polícia Federal (PF) ouviu um coronel do Exército suspeito de envolvimento em uma tentativa de monitoramento ilegal do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília (DF). A apuração integra o inquérito sobre os atos antidemocráticos de “8 de janeiro”, que investiga a organização e execução de ações golpistas contra os Três Poderes.
Segundo a Agência Brasil a investigação teve início após a PF identificar mensagens trocadas entre investigados que mencionavam o nome do militar como responsável por acionar um suposto sistema de inteligência com objetivo de monitorar Moraes durante uma viagem a Roma, na Itália, em julho de 2023. Por esse motivo, a Polícia Federal investiga coronel do Exército sob suspeita de atuar em uma rede de espionagem ligada aos ataques contra a democracia.
Durante o depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), o coronel negou qualquer participação nas ações e afirmou desconhecer os envolvidos nas conversas interceptadas. Ele também declarou não ter atuado em nenhuma estrutura de inteligência paralela, tampouco no chamado “gabinete do golpe”, apontado como núcleo de articulação dos atos de ruptura institucional.
O caso ganhou relevância após o ministro Alexandre de Moraes ser abordado por um grupo de brasileiros na capital italiana, em circunstâncias suspeitas. A Polícia Federal trabalha com a hipótese de que a ação tenha sido premeditada, e os conteúdos dos celulares dos investigados reforçam essa linha de apuração.
A investigação segue em andamento sob coordenação da PF e supervisão do Supremo Tribunal Federal. Novos desdobramentos são esperados conforme o avanço das oitivas e das análises de provas digitais.